Diário de Um Jardim

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domingo, janeiro 01, 2006

A Origem das rosas

Estrelas. Sinto-me enlevada quando as contemplo; afinal, tenho um pouco delas em mim. Talvez isso explique minha necessidade preemente de ir mais alto, ao menos que seja no secreto do meu ser.
A verdade é que as rosas já foram fulgurantes estrelas. Mas isto não as completava; e como poderia ser? Imersas no universo, separadas uma das outras pelo nada quase absoluto, meras expectadoras do destino alheio.
De que adiantava brilhar, se eram admiradas apenas ao longe? Elas desejavam algo mais essencial: a proximidade, o toque.
E foi por isso que, um dia, rebelaram-se contra sua natureza e atiraram-se da imensidão, lançando-se com ímpeto sobre a Terra. A natureza cósmica, porém, não as pedoou, e a elas foi imposto um castigo perpétuo e hereditário: serem aprisionadas num ínfimo pedaço de chão, vivendo não mais que alguns dias, sem mais nenhum brilho aparente.
No entanto, não se arrependeram de imediato: todo sofrimento valia em nome da comunhão, do amor. E elas esperavam, ansiosas, pela chegada de alguém que as amasse e que fizessem toda a sua angústia e sofrimento ter fim.
Mas quê! Havia tantas outras flores, tantos caminhos, tanta indiferença! E nesta espera, elas foram morrendo sem sentir, pois estrelas não sabiam morrer. Apenas se apagavam.

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