Diário de Um Jardim

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terça-feira, março 21, 2006

BichO-MOnstrO

Um dia me chamaram de bicho. Eu chorei. E me chamaram de monstro também. Eu chorei.
E tais palavras se alojaram e começaram a se desenvolver em minha consciência, como um germezinho maldoso a corroer a minha paz.
Subitamente, porém, eu mesmo descobri a veracidade de tais palavras.
Eu sou um bicho. Bicho híbrido.
Eu sou o leão que se levanta em sua fúria e majestade.
E sou a corça que com passos ligeiros alcança as correntes das águas.
Sou o cachorro que com sua fidelidade não abandona o seu dono, quer na fartura ou na excassez.
E também o gato arisco que faz sua liberdade.
Sou a borboleta suave e alegre que enfeita os dias cinzas, em suas trajetórias únicas.
Sou a águia que com seu olhar penetrante e asas velozes está sempre além, e entende com profundidade.
Posso ser alheio como a pomba e seguir o meu caminho.
E ser manso como uma ovelha.
E não obstante, sou um monstro. Um monstro incompreendido. Por que nem todo o monstro é mau. É apenas uma matéria deformada (ou reformada), diferente. E por isso é capaz de ver como ninguém pode, e sentir como ninguém ousa.
Sendo o mundo como é, então, descobri que até aqueles que me buscam ofender reafirmam verdades profundas e lisonjeiras sobre mim.

sábado, março 04, 2006

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Poste teus olhos na direção do vento
E vilumbrarás teus temores e tristezas ao longe
Arrastados por ele
Pois este vento
é a força da brisa do meu amor
Soprada sobre a lembrança,
a saudade de ti