Diário de Um Jardim

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domingo, junho 04, 2006

Borboleta, CIdade CInza & Verdades Não Aparentes


A esperança
é uma borboleta amarela
que eu vislumbro
da janela do ônibus
no centro da cidade cinza
que se tornou a habitação
dos homens
E ela vais assim
Voando
com suas asas
Incertas
Embora resoluta
Absoluta
Pois não é bom
olhar para baixo
Não é bom encarar
os olhares
Incrédulos
Daqueles que defendem
Veementemente
que borboletas
só nascem em flores

Existem coisas que ninguém sabe entender; lugares do pensamento além da compreensão, onde só é possivel sentir a Verdade.
Esta é a blasfêmea proferida pelos homens: não aceitarem que há de haver um sopro de entendimento para que oobscuro seja esclarecido.

Alguém que supre toda Ausência

Vozes e outros sons diversos nem sempre me despertam para o mundo. É como se eu estivesse mergulhada num tudo que não me diz nada, e a minha existência fosse apenas um lapso nesse tudo, do qual - eu sei - não faço parte.
Penso, por vezes, que nasci na matéria errada; e esta minha existência às vezes me inquieta: afinal, quem não gosta de uma flor? Porém, este gostar não é capaz de satisfazer-me: é aapenas um olhar, admirar e ir-se embora.
E dentro de mim se movimenta aquele grito que não pode sair, e que me agita, mesmo sob minha casca impertubável de rosa: eu só desejava que me concedessem a oportunidade de amar.